Treinos, danças e viagens: quem é a estudante presa suspeita de gerenciar finanças do tráfico de drogas no PR
02/09/2025
(Foto: Reprodução) Quem é a jovem presa suspeita de gerenciar finanças de grupo ligado ao tráfico de drogas
Beatriz Leão Montibeller Borges, presa no Rio de Janeiro suspeita de gerenciar as finanças de uma organização criminosa ligada ao tráfico de drogas no Paraná, tem 25 anos e é estudante de medicina veterinária, segundo a Polícia Civil (PC-PR).
Nas redes sociais, a jovem diz que é natural de Bagé (RS), mas que mora em Curitiba. Ela também compartilhava vídeos da rotina de musculação, danças e viagens. Assista acima.
Ela estava foragida desde março, segundo o delegado da Polícia Civil (PC-PR), Thiago Andrade. Ela foi presa na última sexta-feira (29), em um apartamento de luxo em Jacarepaguá, pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.
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De acordo com a investigação, Beatriz mantinha um relacionamento com um dos chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC) no Paraná e era responsável por gerenciar parte do dinheiro obtido com a venda de drogas.
"Ela fazia a parte financeira e tinha um relacionamento com um dos integrantes apontado como um dos líderes do PCC no Paraná e ele, inclusive, acabava bancando a vida luxuosa que ela ostentava nas redes sociais. Viagens, faculdades, academia, tudo era bancado pelo dinheiro do crime", disse o delegado.
Ainda segundo o delegado, Beatriz influenciava em decisões do que o grupo poderia comprar ou não, por gerenciar parte do dinheiro.
Por meio de nota, a defesa de Beatriz negou que a cliente tenha envolvimento com o crime e afirma que entrou com um recurso discutindo a legalidade da prisão preventiva. Leia abaixo a nota na íntegra.
"A inclusão do nome de Beatriz nas investigações decorre, em grande parte, de sua relação anterior com ex-namorado, que, enquanto cumpria pena na Colônia Penal Agrícola Industrial de Piraquara, teve um aparelho celular apreendido, no qual foram encontrados comprovantes de pagamentos em nome dela. Tais elementos, contudo, não demonstram participação direta em atividades ilícitas, mas apenas que sua conta foi utilizada em transações vinculadas a terceiros", diz a nota.
Conforme a polícia, Beatriz é investigada pelos crimes de associação criminosa, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Ela deve ser transferida para o presídio de Piraquara, no Paraná.
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Beatriz Leão Montibeller Borges
Redes sociais
Foragida desde março
Em março, uma operação policial contra um grupo criminoso ligado ao tráfico de drogas em Curitiba e região metropolitana, resultou na prisão de oito pessoas por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e porte ilegal de armas.
Dois dos principais suspeitos do grupo davam ordens aos demais a partir de dentro do sistema penitenciário, segundo a polícia.
Na ocasião, foram apreendidas munições, armas e 43 quilos de drogas. Os mandados judiciais foram cumpridos em Curitiba, Piraquara, Pinhais, Matinhos e Foz do Iguaçu.
Cinco suspeitos, incluindo Beatriz, conseguiram fugir e eram considerados foragidos. Ela foi presa na sexta (29). Não há informações sobre os demais foragidos.
O que diz a defesa de Beatriz
Beatriz Leão Montibeller Borges
PCPR
"A defesa de Beatriz Leão Montibeller Borges, vem a público esclarecer informações divulgadas acerca de sua prisão, ocorrida no último dia 29 de agosto, no Rio de Janeiro. Beatriz foi localizada em uma hospedagem temporária obtida por meio da plataforma Airbnb, com estadia previamente contratada até 31 de agosto, não se tratando de “apartamento de luxo” ou de qualquer situação de ostentação, conforme noticiado.
A associação de sua imagem a uma vida de riqueza não condiz com a realidade, visto que as declarações públicas da autoridade policial não encontram respaldo nas provas constantes dos autos. A inclusão do nome de Beatriz nas investigações decorre, em grande parte, de sua relação anterior com ex-namorado, que, enquanto cumpria pena na Colônia Penal Agrícola Industrial de Piraquara, teve um aparelho celular apreendido, no qual foram encontrados comprovantes de pagamentos em nome dela.Tais elementos, contudo, não demonstram participação direta em atividades ilícitas, mas apenas que sua conta foi utilizada em transações vinculadas a terceiros.
O caso vem sendo tratado de forma midiática, com informações divulgadas em rede nacional que não correspondem à realidade processual, influenciando indevidamente a percepção pública e distorcendo o que efetivamente consta na ação penal.
No campo processual, a defesa já apresentou as manifestações cabíveis nos autos em trâmite perante a Vara Criminal de Piraquara/PR. Além disso, foi interposto Recurso em Habeas Corpus em Brasília, perante o Superior Tribunal de Justiça, discutindo a legalidade da prisão preventiva, cujo julgamento encontra-se pendente de pauta.
Beatriz é mãe de uma criança menor de 12 anos, realidade que torna ainda mais grave a manutenção de sua prisão preventiva. A defesa reforça que o caso deve ser analisado com serenidade, dentro das garantias constitucionais, e confia que, ao final, prevalecerá a Justiça e o direito à presunção de inocência".
Estudante é presa no RJ suspeita de gerenciar finanças de grupo ligado ao tráfico de drogas no PR
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