Presos trabalham na reconstrução de cidade destruída por tornado no PR de dentro e de fora da prisão; entenda
Estudantes de Rio Bonito do Iguaçu retomam rotina de aulas após reabertura de CMEI
Cerca de 100 presidiários do Paraná estão trabalhando, de dentro e de fora da prisão, na reconstrução de Rio Bonito do Iguaçu – cidade do centro-sul do estado destruída por um tornado.
O grupo se soma a mais de uma centena de voluntários de cidades próximas e outros pontos do estado que foram à cidade para prestar auxílio em diversas áreas.
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Segundo o Governo do Estado, 89 detentos foram enviados para o município para atuar na limpeza de entulhos, recuperação de estruturas e separação de doações, e pelo menos outros seis produziram carrinhos de mão dentro de um complexo penal para apoiar os trabalhos externos.
Há, também, pessoas privadas de liberdade produzindo uniformes para quem está em campo.
Nesta quarta (19), um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) que contou com mão-de-obra prisional e outros voluntários para ser reconstruído voltará a receber crianças. Não há previsão de reinício das aulas, mas o local foi reaberto para que os pais possam deixar os filhos na creche durante o dia. Saiba mais abaixo.
Presos trabalham na reconstrução de cidade destruída por tornado no PR
Ruan Felipe/SESP-PR
O trabalho das pessoas privadas de liberdade é supervisionado pela Polícia Penal do Paraná (PP-PR).
Os custodiados enviados a Rio Bonito do Iguaçu são de Guarapuava, Laranjeiras do Sul, Ponta Grossa e Cascavel. Entre os lugares que estão recebendo os serviços, estão CMEIs e escolas, e também a prefeitura, o batalhão da Polícia Militar (PM) e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) do município.
Os que produziram os carrinhos de mão estão detidos no Complexo Penal de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. No local, eles recebem capacitação para realizar atividades de solda e parte elétrica.
De acordo com o governo, de dentro da prisão, foram feitos cinco equipamentos 50% mais resistentes que as unidades convencionais encontradas no mercado, para auxiliar diretamente na remoção de entulhos, no transporte de materiais e na reorganização das áreas afetadas.
Presos produziram carrinhos de mão para cidade destruída por tornado no PR
Ruan Felipe/SESP-PR
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O trabalho dos presos e abatimento de pena
Presos trabalham na reconstrução de cidade destruída por tornado no PR
Talita Diniz/PP-PR
O Governo do Paraná possui um programa para o uso de trabalho prisional na manutenção dos colégios estaduais desde antes dos tornados que atingiram o estado no dia 7 de novembro.
Pelo programa, chamado de "Mãos Amigas", a cada três dias trabalhados, um dia é abatido da pena. Em 2025, 427 unidades escolares foram atendidas, com mais de dois mil serviços realizados.
O chefe da Divisão de Produção e Desenvolvimento da Polícia Penal, Boanerges Silvestre Boeno Filho, avalia que iniciativas como essa fortalecem a reinserção social ao colocar o trabalho das pessoas privadas de liberdade a serviço de ações de impacto direto para a população.
"A importância dessa atuação é muito grande, porque eles próprios reconhecem que estão contribuindo para reconstruir uma cidade em um momento tão delicado. O Governo do Estado uniu esforços e hoje contamos com pessoas privadas de liberdade trabalhando por Rio Bonito do Iguaçu. Permaneceremos aqui pelo tempo que for necessário, até que a cidade possa retomar sua normalidade", afirma.
Relembre os pontos principais da passagem do tornado por Rio Bonito:
Tornados no Paraná deixam rastro de destruição
Reabertura de CMEI e força-tarefa de voluntários
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Dez dias após o tornado, nesta segunda-feira (17), o CMEI Dona Laura reabriu as portas para cadastrar pais que precisam deixar seus filhos na creche. A partir de quarta (19), as crianças voltarão a ser recebidas no local.
O CMEI ganhou um novo telhado, que havia sido completamente destruído durante a tempestade. A força-tarefa de limpeza e preparação da unidade contou com apoio de 29 presos, além de servidores da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), da Defesa Civil e do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-PR).
O secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona, destacou a importância da entrega da creche para ajudar os pais que necessitam de mais tempo para reconstruir suas casas.
“Você ter um espaço de acolhimento é fundamental, e esse espaço de acolhimento foi colocado em condições de acolher em tempo recorde através de várias mãos de voluntários e entidades que ajudaram bastante, e certamente essa ação mostrou novamente a importância das nossas universidades estaduais”, disse.
Após a avaliação da Secretaria Municipal de Educação, a reconstrução do CMEI foi definida como prioridade.
CMEI Dona Laura
Unioeste
No dia 12, estudantes e professores dos cinco campi da Unioeste — convocados por meio de uma operação emergencial — iniciaram a limpeza e os reparos iniciais com apoio de voluntários locais. No dia 13, o trabalho ganhou reforço de presos e voluntários, além de alunos do Curso Técnico em Eletrotécnica do CEEP Laranjeiras do Sul e do curso de Agronomia da UFFS.
As obras envolveram limpeza, retirada de entulhos, limpeza e recuperação dos materiais pedagógicos, recuperação da rede elétrica interna com a troca de lâmpadas e fiação, conserto da caixa d’água, conserto da cobertura que estava 100% comprometida, reposição de telhas, conserto de vazamento de água, entre outras atividades.
O local ainda passará por uma reestruturação definitiva, cujo investimento deve chegar a R$ 522 mil. Por enquanto, a secretária municipal de Educação, Eliane Dal Casteli, ressalta que o CMEI será um ponto de acolhimento pedagógico e psicológico.
“Queremos estar com as crianças para que suas famílias possam reconstruir seus lares”.
CMEI Dona Laura
Unioeste
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