Cevada, malte, cerveja, latas, garrafas: a região do Paraná que completou o ciclo produtivo da bebida e gera mais de R$ 6,4 bilhões com o setor

  • 19/12/2025
(Foto: Reprodução)
Conheça a cidade do PR que completou o ciclo produtivo da cerveja Ponta Grossa, cidade de 375 mil habitantes dos Campos Gerais do Paraná, completou o ciclo produtivo da cerveja – desde o grão, até o gole. O município, que possui plantações de cevada, transforma a cevada em malte, transforma o malte em cerveja, tem uma fábrica de latas, agora passa a contar também uma indústria de garrafas de vidro a menos de 10 km do seu limite com a vizinha Carambeí. A localização das indústrias é logística, uma vez que está no maior entroncamento rodoferroviário do Sul do Brasil, a 100 km da capital, Curitiba, e a cerca de 200 km dos portos do Paraná, no litoral. ✅ Siga o g1 Ponta Grossa no WhatsApp Ao todo, mais de R$ 6,4 bilhões em riquezas são produzidos com a produção da bebida nos campos e nas indústrias, segundo dados oficiais de valor adicionado. Entenda mais abaixo. Juntas, a maltaria, as duas grandes cervejarias e as duas fábricas de embalagens empregam mais de dois mil trabalhadores e produzem quase metade de todas as riquezas geradas pelo setor na cidade, que é considerada o maior parque industrial do interior do estado. Infográfico: Ciclo produtivo da cerveja em Ponta Grossa Fabrio Furtado/Arte RPC Navegue nesta reportagem: 🌾 Produção começa no campo de Ponta Grossa 🏭 Maltaria movimenta cooperativismo 🍻 Maiores cervejarias do mundo 🧑🏻‍🏭 Fábrica de latas abastece grandes e pequenas indústrias 🆕 Primeira indústria de garrafas de vidro do Paraná 💰 Cerveja movimenta a economia da cidade Ponta Grossa completa ciclo de produção cervejeira Reprodução/Arte g1 🌾 Produção começa no campo de Ponta Grossa Imagem ilustrativa Arquivo pessoal/Fábio Schimidt A produção cervejeira de Ponta Grossa começa no campo. Um dos ingredientes essenciais para a fabricação da bebida é o malte, originado da cevada. Até um ano e meio atrás, o grão era colhido em Ponta Grossa e enviado a outras cidades do país, mas, desde a inauguração da Maltaria Campos Gerais, a produção passou a ser direcionada para a fábrica – e, consequentemente, passou a receber mais investimentos dos produtores rurais. Em 2025, o município totalizou 15,2 mil toneladas colhidas de cevada, mais do que o dobro do que era produzido 10 anos antes. O grão foi plantado em 4,6 mil hectares, área que equivale a 6,4 mil campos de futebol. Considerando toda a região – que possui municípios no topo do ranking dos maiores territórios do Paraná e, por isso, mais espaço para o agronegócio – foram quase 188 mil toneladas, 110 mil a mais do que cinco anos antes. O número é equivalente a 40% de toda a produção de cevada do Paraná, estado líder no cenário nacional. Notícias relacionadas: Toda cerveja já foi chope, 'zero' já teve álcool e 'gelada' é feita com calor: Conheça produção da bebida que tem a indústria do PR em destaque nacional 15 anos em um dia: Como árvore é transformada em papel na maior plantação de pinus do Brasil que fica no PR 🏭 Maltaria movimenta cooperativismo Maltaria Campos Gerais, sediada em Ponta Grossa Ari Dias/AEN Fruto de um investimento conjunto entre as cooperativas Agrária, Castrolanda, Frísia, Capal, Bom Jesus e Coopagrícola, a Maltaria Campos Gerais foi inaugurada em junho de 2024 em Ponta Grossa. Ela fica na PR-151 e conta, atualmente, com 147 trabalhadores diretos. A fábrica possui capacidade para produzir 240 mil toneladas de malte pilsen por ano e recebe toda a cevada colhida pelos cooperados das investidoras. A única exceção é a produção dos agricultores ligados à Agrária, que é destinada para outra maltaria da empresa, em Guarapuava, região vizinha. Como o Brasil não é autossuficiente na produção de cevada, parte do volume utilizado na maltaria ainda vem de países como Argentina e Uruguai. Depois de pronto, o malte é enviado a cervejarias como a Ambev e a Heineken – que ficam na própria cidade. O vice-presidente da Cooperativa Agrária, Manfred Majowski, explica que o Brasil também não atingiu ainda a autossuficiência na produção de malte, e que a unidade ponta-grossense ajuda a suprir a demanda nacional. "Com a Maltaria Campos Gerais ampliamos nossa participação no mercado, oferecendo uma matéria-prima mais acessível para a indústria cervejeira, especialmente para os clientes que possuem unidades industriais na região", ressalta. 🍻Maiores cervejarias do mundo estão em Ponta Grossa Ponta Grossa possui unidades das duas maiores cervejarias do mundo: Ambev e Heineken, líder e vice-líder mundiais, respectivamente. A primeira a se instalar foi a Heineken. Em 2015, a marca holandesa comprou a fábrica da Kaiser, que foi inaugurada em 1997 em Ponta Grossa. No ano seguinte à compra, a planta passou por uma ampliação e, em 2024, por outra. A fábrica fica na BR-376, no sentido Curitiba, possui 575 trabalhadores diretos e produz os rótulos Heineken, Heineken 0.0 (cerveja e chope), Sol, Sol Zero e Amstel. A unidade é considerada a maior cervejaria Heineken do Brasil e a maior produtora da marca no país. É, ainda, a única a produzir chope Heineken 0.0, os barris de 5 litros da marca (kegs), e a Sol 0.0, lançada no ano passado. A empresa também afirma que a indústria de Ponta Grossa é a única do país que possui uma linha de envase de long neck retornável e que, desde 2020, é 100% abastecida por fontes renováveis de energia. "Acreditamos muito no potencial de crescimento do mercado brasileiro e, principalmente, na qualidade do nosso portfólio. Ponta Grossa é um ponto-chave nesse potencial de crescimento. Nos últimos quatro anos, ampliamos em 150% a nossa capacidade produtiva na cidade. É uma região bastante estratégica para a companhia porque facilita o escoamento da produção para as regiões Sul e Sudeste, fortalecendo nossa capacidade logística", destaca o diretor da cervejaria, Murilo Schmutzler. Fábrica da Heineken em Ponta Grossa Roberto Dziura Jr/AEN A Ambev Ponta Grossa foi inaugurada em 2016 na BR-376, no trecho que liga a cidade ao Norte do Paraná. A unidade é chamada de Cervejaria Adriática em homenagem à marca que foi lançada na cidade no início do século 20 e permaneceu no mercado até meados de 1940. Atualmente, os rótulos produzidos localmente são Brahma, Skol, Antarctica, Brahma Duplo Malte e Original. A indústria gera mais de 700 empregos, entre diretos e indiretos, e é a primeira cervejaria carbono neutro da América Latina, com energia 100% renovável, ressalta a empresa. "O Paraná como um todo tem um papel fundamental na nossa estratégia logística. A Cervejaria Adriática localizada em Ponta Grossa possui papel fundamental no abastecimento de mercados estratégicos, principalmente o Sul do país e parte do Estado de São Paulo”, destaca Aurélio Pessoa Júnior, diretor fabril da unidade. Fábrica da Ambev em Ponta Grossa Millena Sartori/g1 🧑🏻‍🏭Fábrica de latas abastece grandes e pequenas indústrias Crown possui unidade em Ponta Grossa Divulgação/Crown Em 2011, Ponta Grossa ganhou uma indústria de latas para bebidas, a Crown Embalagens. Atualmente, ela tem capacidade para produzir 2,4 bilhões de latas por ano. Com uma expansão prevista para 2026, a previsão é que o número salte para 3,6 bilhões de latas/ano. No local, é fabricado o corpo de latas de 269ml, 350ml e 473ml, que são juntados às tampas que vêm da unidade de Manaus (AM). A unidade emprega cerca de 200 trabalhadores e vende latas para cervejarias e envasadores de refrigerantes e outros tipos de bebidas, como a própria Heineken e Ambev, e outros rótulos. 🆕Primeira indústria de garrafas de vidro do Paraná Fábrica de garrafas da Ambev em Carambeí, ao lado de Ponta Grossa Divulgação/Ambev Mais recentemente, na segunda-feira (15), o setor produtivo da região de Ponta Grossa também passou a contar com a primeira indústria de garrafas de vidro do estado. Ela fica na PR-151 em Carambeí, a 10 km da divisa com Ponta Grossa, e começou os trabalhos empregando cerca de 400 pessoas. A unidade foi nomeada de Ambev Vidros Paraná e possui capacidade de produzir quase 600 milhões de garrafas por ano. Inicialmente, o local vai fabricar long necks da cor verde. O plano é começar a fazer garrafas 600 ml a partir do segundo semestre de 2026, com foco nos rótulos Stella Artois (normal e Pure Gold) e Spaten. A fábrica também está preparada para produzir garrafas para rótulos como Corona, Original, além das versões zero álcool, como Corona Cero e Bud Zero. "A fábrica inicialmente já abastecerá as sete cervejarias que atualmente produzem Stella e Spaten no Brasil: Santa Catarina, Jacareí (SP), Jaguariúna (SP), Piraí (RJ), Uberlândia (MG), Aquiraz (CE) e Pernambuco. Mas, tem capacidade para atender toda a produção do Sul do país também. Temos uma fábrica de vidros no estado do Rio de Janeiro, e o município de Carambeí recebe a nossa segunda", explica a empresa. A planta iniciou a operação com 100% de energia elétrica renovável e utiliza fornos híbridos que podem operar com até 100% da matéria-prima sendo cacos de vidro, para reciclagem. Inicialmente as garrafas serão produzidas com uma porcentagem de até 50% de conteúdo reciclado, garante a marca. A expectativa é que mais de 3 mil famílias de catadores de recicláveis sejam beneficiadas e mais de 25 mil caminhões por ano sejam mobilizados para o abastecimento com vidro reciclado. Fábrica de garrafas da Ambev em Carambeí, ao lado de Ponta Grossa Millena Sartori/g1 💰Cerveja movimenta a economia da cidade Neste mês de dezembro, a prefeitura de Ponta Grossa divulgou quais são as empresas que mais produzem riquezas em Ponta Grossa. No top 10 das indústrias, aparecem a Heineken em 1º, a Ambev em 3º, a Crown em 8º e a Maltaria em 10º. Ao g1, o município revelou que, juntas, elas rendem R$ 6,4 bilhões de valor adicionado, quase metade do produzido por todas as indústrias de Ponta Grossa, e quase um terço do total de todos os setores da cidade. O valor adicionado é um mensurador de riquezas geradas que compõe o Produto Interno Bruto (PIB) É a diferença do que a empresa comprou/utilizou na sua produção em relação à venda do seu produto. Ou seja, o lucro bruto desconsiderando os custos diretos e indiretos, como pessoal e transportes, por exemplo. No campo agropecuário, dados do Valor Bruto de Produção (VBP), que mede o faturamento bruto total do setor agropecuário e é calculado com base no volume da produção e nos preços médios recebidos pelos produtores, indica que a cevada rendeu mais de R$ 22,1 milhões para Ponta Grossa em 2024. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (SEAB), o montante chega a R$ 154,5 milhões quando somados todos os municípios da região, que também são beneficiados com a cadeia produtiva da maior cidade dos Campos Gerais do Paraná. Para se somar aos empreendimentos, segundo a Prefeitura de Ponta Grossa, mais um negócio deve reforçar o setor em breve. A equipe afirma que a fabricante de garrafas Owen-Illinois está prevendo a instalação de uma unidade na cidade e já chegou a comprar um terreno no Distrito Industrial, mas ainda não revelou a previsão de quando deve fazer o aporte. Produção de cerveja em Ponta Grossa Millena Sartori/g1 Vídeos mais assistidos do g1 Paraná: Leia mais notícias no g1 Campos Gerais e Sul.

FONTE: https://g1.globo.com/pr/campos-gerais-sul/noticia/2025/12/19/cevada-malte-cerveja-latas-garrafas-a-regiao-do-parana-que-completou-o-ciclo-produtivo-da-bebida-e-gera-mais-de-r-64-bilhoes-com-o-setor.ghtml


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