Demora no pedido de soro comprometeu atendimento de criança morta após picada de escorpião e 33 paradas cardíacas, conclui Saúde

  • 18/09/2025
(Foto: Reprodução)
Bernardo tinha 3 anos e morava em Cambará. Cedidas pela família A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa-PR) concluiu que a demora para o pedido do soro antiescorpiônico para Bernardo Gomes de Oliveira, de 3 anos, comprometeu o atendimento da criança. A informação foi confirmada ao g1 pela Secretaria nesta quinta-feira (18). Bernardo morreu no dia 14 de julho depois de ser picado por um escorpião-amarelo em Cambará, no norte do Paraná, passar por três hospitais e ter 33 paradas cardíacas, de acordo com a família. Clique aqui para relembrar o caso. A nota diz que o menino morreu por envenenamento sistêmico grave. "O tratamento foi comprometido devido ao atraso de ativação do fluxo estabelecido no Paraná de obtenção e orientação da Regional de Saúde e do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) imediatamente após o registro do acidente", diz o comunicado. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Londrina no WhatsApp Sobre este "fluxo" citado, a Sesa explicou que trata-se do procedimento que deve ser seguido diante de casos como o de Bernardo. Conforme a pasta, o município onde o acidente aconteceu - neste caso, Cambará - deve acionar a Regional de Saúde imediatamente para o envio do soro, "que será enviado ou aplicado no serviço de saúde mais próximo de onde o caso foi registrado". À época, a Sesa ressaltou que o tempo de deslocamento da 19ª Regional de Saúde de Jacarezinho ao Hospital Municipal de Cambará - onde ocorreu o primeiro atendimento - é de 20 minutos. O comunicado compartilhado nesta quinta-feira destaca que a criança recebeu o antídoto apenas na Santa Casa de Jacarezinho, o segundo hospital onde esteve. "O tempo entre a picada do escorpião e a aplicação do soro em casos graves é crucial pra diminuir o agravamento do quadro clínico do paciente e minimizar o risco de morte", diz a nota. O g1 entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde de Cambará, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem. Leia a nota da Sesa na íntegra: A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa-PR) esclarece que investigação realizada pela pasta concluiu que a morte da criança atingida por picada de escorpião em Cambará aconteceu em decorrência de envenenamento sistêmico grave. O tratamento foi comprometido devido ao atraso de ativação do fluxo estabelecido no Paraná de obtenção e orientação da Regional de Saúde e do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) imediatamente após o registro do acidente. Quando é registrado um caso que necessite do insumo, o município deve acionar a Regional de Saúde para atendimento imediato. Não houve e não há falta de soro antiescorpiônico no Estado. Após o registro do óbito, equipes da Regional de Saúde e do município realizaram buscas nos arredores do local do ocorrido, capturando mais de dois mil escorpiões. A secretaria também orientou a administração municipal a realizar imediata remoção de entulhos e lixos na cidade, a fim de evitar novos acidentes. A pasta realizou, ainda, capacitação na região para reforçar os protocolos que devem ser seguidos. Em 2024 foram registrados 6.514 acidentes com escorpião, enquanto neste ano já foram contabilizados 4.791 casos. Um desses casos resultou em óbito no município de Cambará. Para casos graves, o tratamento com soro antiescorpiônico é a única forma eficaz de combater o veneno e deve ser iniciado o mais rápido possível após a picada. O Paraná possui atualmente 225 serviços de saúde que são referência para aplicação de soros, distribuídos nas 22 Regionais de Saúde do Estado. As Regionais atuam com plantões permanentes para apoio e disponibilização destes insumos em todos os casos de acidentes. A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) realiza permanentemente a investigação dos óbitos, dentro do âmbito da Vigilância em Saúde. As informações são registradas e analisadas pelos técnicos da secretaria, que dão encaminhamentos e orientam os profissionais de saúde dentro dos protocolos que precisam ser seguidos. Relembre o caso Pais de menino que morreu após picada de escorpião conversam com a RPC Em entrevista à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, Márcio Oliveira e Bianca Gomes, pais de Bernardo, explicaram que o acidente aconteceu na manhã do dia 13 de julho, quando a família estava se preparando para ir à casa da avó do menino. Sozinho, Bernardo foi calçar o par de sapatos que estava secando em uma mureta enquanto esperava o pai pegar as roupas. "Ele [Bernardo] era uma criança muito esperta. Ele foi procurar o sapatinho dele que estava lá fora, que a minha esposa tinha lavado. Daí, ele pegou e vestiu um e veio mostrar pra mim. Pegou o outro e vestiu. Nesse outro estava o escorpião", explicou o pai. Escorpião que picou Bernardo e foi encontrado dentro de casa. Cedidas pela família Em seguida, o menino saiu correndo e gritando por conta da dor. O animal foi encontrado, depois, embaixo de um tapete dentro da casa. O bairro em que a família mora, segundo os pais, é novo e possui diversos terrenos vazios. Márcio disse que encontrou dois escorpiões no quintal, em junho. Leia também: Pelo mesmo crime: Homem é filmado importunando sexualmente mulher no Paraná e é preso pela quarta vez Entenda: Menina chega em casa dizendo ter levado pedrada enquanto brincava na rua e mãe descobre que filha foi baleada, no Paraná 'Não é dinheiro que me compra': Jogador do Londrina diz que recebeu oferta de R$ 15 mil para manipulação de resultados da Série C e denuncia empresário Como foi o atendimento, segundo a família Bernado deu entrada no Hospital Municipal de Cambará às 8h45. Na unidade, ele foi medicado e os pais foram avisados que seria necessária transferência à Santa Casa de Jacarezinho para que fosse aplicado o antiescorpiônico. Na espera pela ambulância para esta transferência, Bernando começou a vomitar e apresentou piora no estado de saúde. A saída foi permitida às 10h17, conforme o município disse à época, porque foi solicitado outro veículo com mais equipamentos. Ao chegar à Santa Casa de Jacarezinho, em um trajeto de 20 quilômetros, a família relata que não havia a quantidade necessária de antídoto. "O meu menino precisava de seis ampolas, pelo que eu escutei lá. E lá só tinha cinco. Ele tomou o que tinha lá", Bianca contou à RPC. Ao g1, o presidente da Santa Casa de Jacarezinho, Karol Woytilla, disse que foram ministradas cinco ampolas de antiveneno em Bernardo. O número está dentro da orientação do Ministério da Saúde, que recomenda de quatro a seis para casos graves como o da criança. Ele garante que tentaram conseguir uma sexta ampola, mas não tiveram retorno. Bernardo foi intubado e levado por um helicóptero ao Hospital Universitário (HU) de Londrina. Não foi permitido que os pais acompanhassem o menino, neste momento. "Demorou [a chegada do helicóptero]. Eu creio que às vezes deve ter acontecido alguma coisa. Ninguém contou", a mãe relatou. Bianca explicou que conseguiu viajar a Londrina com uma ambulância do município de Cambará. Ela chegou às 17h ao HU de Londrina, e foi informada pela equipe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) que havia meia hora desde a entrada do filho. A morte de Bernardo foi confirmada durante a tarde do dia 14 de julho. A morte de Bernardo foi confirmada no dia 14 de julho. Cedidas pela família "Ele era um menino saudável. Sabe aquela criança que corre, cai, levanta e dá risada? Ele era uma criança independente. [...] Para você ter uma noção, o tênis que ele pegou estava muito no alto, mais de um metro e meio de altura. Eu não sei falar para você como é que ele conseguiu pegar aquele tênis", a mãe lembra. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias da região em g1 Norte e Noroeste.

FONTE: https://g1.globo.com/pr/norte-noroeste/noticia/2025/09/18/atualizacao-morte-crianca-picada-escorpiao-parana.ghtml


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